COMO LIDAR COM A PERDA DE UM ELEFANTE

Um elefante é perdido — mas o que significa perder algo tão grande? Nesta fábula contemporânea, o autor investiga o vazio deixado por tudo o que é imenso demais para caber em palavras. Misturando memória, mito e reflexão, como lidar com a perda de um elefante revela o processo silencioso de quem tenta dar sentido à ausência e aprender a conviver com a própria lembrança.

02/12/2025 18:53
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Ninguém ensina a perder um elefante. Ele some devagar — primeiro o barulho dos passos, depois o cheiro da terra molhada, por fim a ideia de que ele um dia existiu. O narrador, que ainda tenta entender se a perda é real ou apenas mais um dos sonhos acordados que insiste em colecionar, volta aos lugares onde o animal repousou sua sombra.

Entre ruas que não contam mais a verdade, cadernos escritos pela metade e lembranças que se comportam como animais selvagens, ele descobre que o luto não é um fim, mas um território: uma cidade inteira construída a partir do que ficou faltando.

O elefante, afinal, não é só um elefante. É o peso das coisas que amamos, a memória que resiste, o nome que não conseguimos pronunciar. E Como lidar com a perda de um elefante é a tentativa — falha, poética, humana — de carregar o que não cabe nos braços, mas insiste em morar dentro.

Antonio Alves Augusto

Antonio Alves Augusto

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