
Ninguém ensina a perder um elefante. Ele some devagar — primeiro o barulho dos passos, depois o cheiro da terra molhada, por fim a ideia de que ele um dia existiu. O narrador, que ainda tenta entender se a perda é real ou apenas mais um dos sonhos acordados que insiste em colecionar, volta aos lugares onde o animal repousou sua sombra.
Entre ruas que não contam mais a verdade, cadernos escritos pela metade e lembranças que se comportam como animais selvagens, ele descobre que o luto não é um fim, mas um território: uma cidade inteira construída a partir do que ficou faltando.
O elefante, afinal, não é só um elefante. É o peso das coisas que amamos, a memória que resiste, o nome que não conseguimos pronunciar. E Como lidar com a perda de um elefante é a tentativa — falha, poética, humana — de carregar o que não cabe nos braços, mas insiste em morar dentro.
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